No mesmo mês em que se comemoram 53 anos da primeira vez que a humanidade pisou na lua, o novo telescópio James Webb nos presenteou com fotos inéditas do espaço. Em 20 de julho de 1969, impulsionados pela corrida espacial contra a União Soviética, os Estados Unidos fincavam sua bandeira no solo lunar. O investimento do projeto Apollo, desenvolvido pela NASA para conseguir chegar ao satélite, foi de aproximadamente 150 bilhões de dólares, em valores atualizados. Todo esse investimento e as fotos esplêndidas do novo telescópio, nos fazem refletir sobre os avanços tecnológicos que se desdobraram nesses 53 anos.
1. Computadores
Até a década de 1960, os computadores eram máquinas gigantes, pesadas e compostas de milhares de tubos a vácuo, que consumiam muita energia.
“Era preciso um grande ‘empurrão’ dos foguetes, mas também reduzir a massa e aumentar a potência a bordo dos computadores“, diz Scott Hubbard, ex-diretor do Ames Research Center da NASA. Para isso, desenvolveram a chamada “computação em estado sólido” e transistores, que possibilitaram miniaturizar a tecnologia para adaptá-la a uma espaçonave.
Ainda assim, os computadores utilizados na Apolo 11 não eram mais potentes do que algumas calculadoras das mais simples que usamos nos dias de hoje. No entanto, a concepção de sua tecnologia permitiu que os avanços tecnológicos chegassem a modelos pequenos e potentes.
2. Satélites
O marco de 1969 também possibilitou que a tecnologia dos satélites fosse explorada com mais afinco. Todos os anos são enviados para o espaço centenas de satélites que se dividem nas seguintes funções: 40% para comunicações; 36% servem para observar a Terra; 7% auxiliam na tecnologia GPS e 6% ajudam no desenvolvimento da ciência espacial.
Eles também são fundamentais para as pesquisas e para a produção de conhecimento e graças à tecnologia espacial avançada, é possível monitorar o planeta Terra e observar os efeitos do aquecimento global. Para o professor do Departamento de Física da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) Sérgio Bisch, a necessidade de entender as mudanças climáticas é fundamental para que se possa buscar soluções mais sustentáveis para a vida na Terra. “O desenvolvimento não passa apenas pela matemática, pelas ciências exatas, mas também pela parte humana, pela economia sustentável, buscando ajudar na construção de uma sociedade mais avançada, mais civilizada e menos desigual”, aponta.
3. Purificadores de água
Para que os astronautas do projeto Apollo pudessem se hidratar, a NASA precisou desenvolver um purificador de água pequeno e leve, que gastasse pouca energia. Os técnicos construíram um dispositivo de apenas 255 mg que cabia na palma da mão e liberava íons de prata na água, sem a necessidade de cloro, que poderia ser prejudicial à saúde.
Desde então, a tecnologia foi implementada em todo mundo para matar micróbios nos sistemas de tratamento e fornecimento de água, fazendo-a chegar para quem mais precisa.
4. Monitores de saúde
Pacientes em hospitais ficam conectados a sensores que enviam dados de saúde aos médicos e essa tecnologia que pode salvar vidas foi criada para monitorar os astronautas do Apollo 11. O sistema de sensores enviava informações em tempo real sobre pressão sanguínea, temperatura corporal, frequência cardíaca a uma equipe na Terra. O sistema foi desenvolvido para a NASA, mas rapidamente foi adaptado para o monitoramento hospitalar, o que acabou sendo adotado mundialmente, e continua se expandindo.
A corrida espacial foi, sem sombra de dúvidas, um catalisador de enormes avanços científicos, que puderam contribuir para o desenvolvimento de ferramentas e políticas que ajudassem a tornar o mundo um lugar melhor. O desenvolvimento de tecnologias para distribuição de água, para o acompanhamento da saúde e para o monitoramento da Terra e do aquecimento global, tem o mesmo embrião: a vontade de levar a humanidade para a lua.
A Propago acredita que a tecnologia pode nos ajudar na construção de um futuro melhor, um mundo com mais equidade social, ambiental e economicamente sustentável.
Vamos, juntos, buscar soluções tecnológicas para fazer o bem?
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