A questão ambiental envolve desafios amplamente discutidos em todo o mundo, como o aquecimento global, o desmatamento, as madeireiras ilegais, as fontes de energia não renováveis… mas também traz questões que ainda não são tão difundidas.
Ao escutarmos a palavra “tráfico”, por exemplo, o mais comum é associarmos diretamente a armas e entorpecentes. Mas, e quando esta ação ilegal envolve vidas inocentes e impacta diretamente o meio ambiente?
Assim é o tráfico de animais silvestres, um comércio ilegal que movimenta cerca de 20 bilhões de dólares por ano e, que, ainda assim, aparece em um singelo terceiro lugar na lista dos mais lucrativos, perdendo posição justamente para os que já citamos: o de drogas e o de armas.
- O que é
O tráfico de animais silvestres é uma prática criminosa que tem causado graves danos ao meio ambiente em nosso país. Especificamente, a captura ilegal de pássaros tem sido uma atividade prejudicial para as espécies e para o ecossistema como um todo.
Ele é alimentado por uma demanda crescente de pássaros da fauna brasileira para fins de coleção ou como animais de estimação. Isso leva a uma retirada excessiva e crescente de espécimes de seu habitat natural, afetando-os diretamente, desequilibrando o ecossistema e causando grande impacto na biodiversidade do local de onde esses animais são retirados.
Vendidos em mercados clandestinos – as feiras do rolo – ou mesmo através de grupos em ferramentas de comunicação, alguns desses animais também são exportados para outros países, onde a demanda por animais exóticos é ainda maior.
Os que mais sofrem
A arara-azul é uma das espécies de pássaros que mais sofre com o tráfico de animais silvestres no Brasil. A sua beleza e raridade fazem com que seja uma das aves mais cobiçadas para coleções. Isso tem causado graves impactos na população dessa espécie, contribuindo para o seu declínio e ameaçando sua sobrevivência a longo prazo.
Outros pássaros da fauna brasileira muito afetados pela prática são a ararinha-azul (Cyanopsitta spixii), o papagaio-de-cara-roxa (Amazona pretrei), a jandaia-verdadeira (Rupornis magnirostris) e o periquito-rico (Pionopsitta pileata).
Estas aves são cobiçadas pelo seu valor ornamental e comercial, e muitas vezes são capturadas de maneira ilegal e vendidas no mercado interno ou internacional. O tráfico de animais silvestres é um problema sério de conservação, que pode inclusive levar à extinção de espécies.
Além dos pássaros
Pássaros encabeçam a lista do tráfico por conta de sua raridade e beleza, mas outros animais também são vítimas inocentes desse ato criminoso. Macacos, lêmures e outros primatas são altamente valorizados como animais de estimação e também são frequentemente utilizados para fins comerciais, como para a realização de testes em laboratórios.
Cobras, tartarugas e outros répteis são amplamente procurados como animais de estimação, bem como por colecionadores. Sapos e rãs são frequentemente capturados para fins comerciais, incluindo a produção de medicamentos e alimentos. Veados, antílopes e outros mamíferos são cobiçados por colecionadores e comerciantes, bem como para fins de consumo humano. E muitas espécies de peixes também são procuradas para fins comerciais, incluindo a aquicultura, a pesca esportiva e a exposição em aquários.
Os responsáveis
Os responsáveis pelo tráfico de animais silvestres incluem traficantes, colecionadores, intermediários e compradores que apoiam o crime. Em alguns casos, é possível que também haja a participação de grupos organizados que se aproveitam da demanda, pois esse comércio ilegal pode financiar outras atividades criminosas, como o tráfico de drogas e de armas.
Infelizmente, quase não existe fiscalização no que se refere à prática. Vemos traficantes de animais silvestres sendo presos em flagrante, mas saírem praticamente ilesos depois de pagarem a fiança, respondendo processos em liberdade. Isso é, desafortunadamente, um círculo vicioso – sem punição, há a continuidade do crime.
Os centros
O tráfico de animais silvestres é um problema presente em todo o Brasil, mas algumas regiões são especialmente afetadas. É comum que ocorra em áreas com grande biodiversidade, como a Amazônia, a Mata Atlântica e a região Nordeste. Além disso, as fronteiras brasileiras são pontos vulneráveis para o tráfico de animais, já que as leis de proteção ambiental são menos rigorosas em alguns países vizinhos.
De acordo com dados do IBAMA, fornecidos por agentes fiscalizadores, os animais no Brasil são retirados principalmente dos Estados da Bahia, Piauí, Pernambuco, Maranhão, Paraíba e Ceará. Os principais centros consumidores são os Estados de São Paulo e Rio de Janeiro. Aproximadamente 90% dos animais capturados no Brasil são comercializados no próprio território nacional.
Ações
A Propago apoia ONGs que atuam em todas as áreas correlatas aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU, e o meio-ambiente é, sem dúvida, um dos pilares para uma transformação visando um mundo melhor.
A SOS Fauna, uma das organizações com a qual trabalhamos, atua diretamente na defesa e conservação da fauna silvestre brasileira. A ONG está presente há mais de 20 anos em ações conjuntas com as autoridades constituídas – PRF, IBAMA, Polícia Ambiental, dentre outras – a fim de reprimir e reduzir drasticamente essa prática criminosa. Sua atuação se dá em feiras de “rolo”, interceptação de cargas e desmonte de depósitos clandestinos.
Além da repressão ao tráfico, a SOS Fauna ainda realiza estudos e pesquisas em campo de todo o sistema operacional que envolve o tráfico de animais silvestres no Brasil.
É de extrema importância combater essa prática para proteger as espécies ameaçadas e o meio ambiente. Para isso, é necessário que as autoridades tomem medidas efetivas, incluindo a fiscalização e punição dos infratores. Além disso, a sociedade deve reconhecer a importância da conservação da biodiversidade e evitar o consumo de produtos de origem animal ilegal. A educação e conscientização também são importantes para a preservação das espécies e do meio ambiente.
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