Instituído pela ONU, o dia 2 de abril é o Dia Mundial de Conscientização do Autismo (World Autism Awareness Day). Contudo, a campanha conhecida como Abril Azul acontece durante todo o mês e busca aumentar a conscientização sobre o Transtorno do Espectro Autista (TEA).
A campanha Abril Azul, que se inicia no dia 02 de abril – no Dia Mundial de Conscientização do Autismo – tem por objetivo desfazer ideias equivocadas e generalizadas sobre o autismo, além de encorajar a inclusão e o reconhecimento das pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA) na sociedade.
De acordo com a ONU (Organização das Nações Unidas), durante o Abril Azul, diversas ações são promovidas a fim de informar e educar as pessoas sobre o autismo e seus desafios. Palestras, eventos, debates, caminhadas e até atividades lúdicas fazem parte dessa agenda.
Símbolo da Campanha
A cor escolhida para ser usada no símbolo da campanha é o azul – representando a maior incidência de casos no sexo masculino. Além da cor, o quebra-cabeças que adorna a fita representa a complexidade dos transtornos que formam o espectro autista, além das dificuldades de compreensão enfrentadas pelas pessoas com TEA – de acordo com explicações da APAE, de Curitiba.
O TEA – Transtorno do Espectro Autista
O autismo é um transtorno neurológico que afeta a comunicação, a interação social e o comportamento do indivíduo. O autismo é um espectro porque inclui diferentes níveis de gravidade, desde casos mais leves, em que a pessoa pode ter dificuldade para se comunicar e socializar, até casos mais graves, em que a pessoa pode apresentar comportamentos repetitivos e restritos, além de atraso no desenvolvimento cognitivo e motor.
Pessoas com autismo apresentam características específicas, que podem variar bastante de uma para outra. Entre as principais características estão: dificuldade para compreender e usar a linguagem, dificuldade para interagir socialmente, comportamentos repetitivos e estereotipados, interesses restritos e intensos, além de dificuldades sensoriais.
A ONU considera a estimativa global de que aproximadamente 1% da população pode ter autismo no mundo. Isso quer dizer que, só no Brasil, são 2,1 Milhões de autistas. O CDC (Center of Diseases Control and Prevention – Centro de Controle e Prevenção de Doenças), órgão ligado ao governo dos Estados Unidos, revelou no fim de 2021, que existe um caso de autismo para cada 44 crianças.
Conscientização
A inclusão social é um direito de todos e deve ser assegurada, independentemente de qualquer condição ou deficiência. A conscientização sobre o autismo é fundamental para que a sociedade possa compreender as necessidades e desafios das pessoas com autismo e, assim, promover a inclusão dessas pessoas em todos os âmbitos da vida.
Essa inclusão não é apenas uma questão de justiça social, mas também de enriquecimento para a sociedade como um todo. As pessoas com autismo podem ter habilidades e talentos únicos, que contribuem para o desenvolvimento da sociedade em diversos campos, como na ciência, na tecnologia, nas artes, dentre outros.
Porém, para que a inclusão seja possível, é necessário que a sociedade esteja preparada e informada sobre o autismo. É preciso desconstruir preconceitos e estereótipos e promover o diálogo e o conhecimento sobre o TEA. A conscientização deve envolver não apenas a sociedade em geral, mas também os profissionais da saúde, da educação e do mercado de trabalho.
Para isso, são necessárias ações que promovam a inclusão e a conscientização sobre o autismo. Por exemplo, palestras, debates, campanhas de informação e sensibilização, entre outras iniciativas que possam ampliar o conhecimento sobre o autismo e suas particularidades. A inclusão e o respeito às diferenças são fundamentais para garantir os direitos das pessoas com o transtorno e promover uma sociedade mais justa e inclusiva.
Diagnóstico e Tratamento
Seu diagnóstico é feito com base na observação dos sintomas e no histórico do desenvolvimento do indivíduo. É importante lembrar que o TEA não é uma doença, mas sim, uma condição neurológica que afeta o desenvolvimento da pessoa desde a infância.
Seu tratamento é individualizado e deve levar em consideração as necessidades e características de cada pessoa. Geralmente, envolve uma equipe multidisciplinar, que inclui profissionais da saúde, da educação e da psicologia. O objetivo do tratamento é ajudar a pessoa com autismo a desenvolver habilidades sociais e de comunicação e a melhorar sua qualidade de vida.
A terapia ocupacional é uma das intervenções mais importantes para as pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA). Ela tem como objetivo ajudar a pessoa com autismo a desenvolver habilidades e competências que possam melhorar sua qualidade de vida e sua independência em atividades diárias. Entre os tipos de terapia ocupacional para portadores do TEA, podemos destacar:
Intervenção sensorial: ajuda a pessoa a regular suas sensações e emoções, incluindo atividades que estimulem o tato, o olfato, o paladar, a visão e a audição, de modo a ajudá-la a se adaptar a diferentes estímulos sensoriais.
Intervenção motora: tem como objetivo ajudar a pessoa com autismo a desenvolver habilidades motoras finas e grossas e envolve atividades que façam uso de ferramentas e materiais – como lápis, tesoura, cola, massinha, de modo a desenvolver a coordenação motora.
Intervenção comportamental: aqui o objetivo é ajudar a pessoa com autismo a desenvolver habilidades sociais e de comunicação, englobando práticas que a ensinam a se comunicar e interagir socialmente, melhorando sua capacidade de se relacionar com outras pessoas.
Intervenção de atividades na vida diária: auxilia a pessoa com autismo a desenvolver habilidades para realizar tarefas diárias, como se vestir, tomar banho, escovar os dentes; incluindo também atividades que ajudam a pessoa a se tornar mais independente e autônoma em suas atividades diárias.
Intervenção educacional: nesta intervenção, o objetivo é ajudar a pessoa com autismo a desenvolver habilidades acadêmicas e cognitivas, com atividades que a ensinem a ler, escrever, contar, entre outras habilidades essenciais para seu desenvolvimento educacional.
Terapia com fantoches
Uma pesquisa do Centro de Estudos Infantis da Universidade de Yale, nos Estados Unidos, comprovou que crianças com autismo depositam mais de sua atenção em fantoches, o que pode fortalecer terapias para o desenvolvimento social, além de apoiar a aprendizagem.
- “Crianças com autismo são menos propensas a atender e se envolver emocionalmente com seus parceiros sociais, o que limita sua exposição a uma série de oportunidades e experiências de aprendizagem importantes. No presente estudo, descobrimos que (…) sua atenção era curiosamente grande quando o parceiro interativo era Violet, o fantoche. Nossos resultados destacam as vantagens atencionais e afetivas dos fantoches que espero poderem ser aproveitadas para aumentar os esforços terapêuticos em crianças com TEA.”, disse a coautora do estudo, Katarzyna Chawarska.É importante destacar que cada intervenção deve ser personalizada e adaptada às necessidades e características individuais de cada portador do TEA. O trabalho em equipe, com a participação de profissionais de diferentes áreas, é fundamental para garantir a eficácia da terapia e a melhora da qualidade de vida da pessoa com autismo.
A Propago apoia a CIVITO, organização não governamental que atua, entre outras frentes, com artesãos brasileiros. Tião é um deles e desenvolveu um lindo trabalho com fantoches, que podem ajudar na socialização de crianças com autismo.
Neste Abril Azul, compre kits de fantoches, apoie uma ONG, um artesão local e ajude instituições que atuam com crianças portadoras de TEA e, sobretudo, participe do desenvolvimento dessas crianças.
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